Por Luiz Carlos Bordin
PM/MT
Mato Grosso vive um crescimento preocupante nos casos de malária em 2025, especialmente nas regiões afetadas pela dispersão de garimpeiros ilegais. O movimento intenso de pessoas provocado pela desintrusão da Terra Indígena Sararé, em Pontes e Lacerda, e a mobilidade populacional em áreas com transmissão ativa estão entre os principais fatores que impulsionam o avanço da doença no estado.
De janeiro a setembro deste ano, 553 casos de malária foram notificados em 23 municípios, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT). Desses, 513 são autóctones, ou seja, infecções contraídas dentro das próprias localidades — sem que os pacientes tenham se deslocado para outras regiões endêmicas.
As cidades mais afetadas são Aripuanã (141 casos) e Colniza (67 casos), ambas no noroeste de Mato Grosso. Juntas, elas representam mais de 50% das ocorrências registradas em 2025. Outras localidades que também preocupam são Pontes e Lacerda (87), Vila Bela da Santíssima Trindade (43), Rondolândia (29), Peixoto de Azevedo e Conquista D’Oeste (22), além de 16 outros municípios que somam 130 casos.
Em nota técnica, a SES-MT alerta que a rápida dispersão populacional nas áreas de garimpo ilegal aumenta o risco de propagação da malária para novos municípios. O órgão reforça a necessidade de diagnóstico precoce, intensificação da vigilância epidemiológica e controle imediato do mosquito transmissor, o Anopheles darlingi.
Entre as medidas recomendadas às prefeituras estão:
Busca ativa de casos em áreas de risco, como garimpos, acampamentos e pousadas;
Garantia de diagnóstico rápido (TDR) e início imediato do tratamento;
Fortalecimento do controle vetorial e da gestão de insumos;
A SES-MT reforça que, diante do cenário atual, a cooperação entre órgãos públicos e comunidades locais é essencial para frear a expansão da malária, que voltou a preocupar as autoridades sanitárias de Mato