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Câmara de Mirassol D’Oeste Corre Contra o Tempo e Protocola Defesa da Verba Indenizatória


Contrariando a vontade popular, a defesa apressada da Câmara de Mirassol d’Oeste e da UCMMAT ignora o evidente descontentamento da sociedade, que há tempos questiona o uso de verbas indenizatórias sem critérios claros e com pouca transparência. Enquanto a população clama por mais responsabilidade no uso dos recursos públicos, os vereadores priorizam manter benefícios que, para muitos, não se justificam diante da realidade econômica do município.

Por Luiz Carlos Bordin

Câmara de Mirassol D’Oeste Corre Contra o Tempo e Protocola Defesa da Verba Indenizatória

Reprodução

Mirassol d’Oeste (MT) – Após a decisão judicial que determinou a suspensão da verba indenizatória dos vereadores, a Câmara Municipal de Mirassol d’Oeste reagiu com velocidade incomum. Em pouco menos de duas horas após a publicação da sentença, foi protocolado um pedido de participação no processo, com apoio jurídico da União das Câmaras Municipais de Mato Grosso (UCMMAT).

A entidade buscou se habilitar como terceira interessada, utilizando os instrumentos de amicus curiae ou, subsidiariamente, assistente simples, na tentativa de defender a legalidade da lei municipal que criou a verba — a Lei nº 1.978/2025. Na manifestação, a UCMMAT sustenta que a norma segue os critérios constitucionais e não deve ser considerada imoral apenas pela percepção pública dos valores envolvidos.

O documento entregue ao juízo reúne argumentos robustos, citações de decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE/MT) e até de outros tribunais, numa tentativa de sustentar que a verba indenizatória não constitui salário, mas sim um recurso destinado ao custeio das atividades parlamentares fora do gabinete.

A UCMMAT também alegou que a Ação Popular, que provocou a decisão judicial, não seria o meio adequado para questionar a validade da lei em si, e sim eventuais atos administrativos lesivos ao patrimônio público — que, segundo a defesa, sequer foram devidamente apontados pelos autores do processo.

Nos bastidores, o clima foi de total correria. A movimentação jurídica intensa, e-mails disparados e reuniões de emergência refletem o temor de que a decisão judicial, se mantida, imponha um duro golpe nas finanças dos parlamentares, que consideram a verba indispensável para o exercício dos seus mandatos.

O episódio expôs não apenas a rapidez da resposta da Câmara, mas também a tensão instalada diante da possibilidade concreta de perda dos valores. A tentativa de defesa, feita em tempo recorde, deixa evidente que a batalha judicial está apenas começando.

O LCNEWS segue acompanhando o andamento do processo e trará as próximas atualizações sobre essa disputa jurídica que envolve recursos públicos e o interesse coletivo dos cidadãos de Mirassol d’Oeste.