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Mato Grosso recebe doses inéditas de medicamento para câncer de mama


Mato Grosso recebeu nesta quinta-feira (23) 156 doses de um medicamento inovador para o tratamento do câncer de mama HER2-positivo, disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A chegada do Trastuzumabe Entansina marca um avanço no combate à doença e coincide com o Outubro Rosa, mês dedicado à prevenção e ao diagnóstico precoce do câncer de mama.

Por Luiz Carlos Bordin

Mato Grosso recebe doses inéditas de medicamento para câncer de mama

Ilustração

Mato Grosso recebeu nesta quinta-feira (23) 156 doses de um medicamento inovador para o tratamento do câncer de mama, disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Este é o primeiro lote; novas entregas estão previstas para dezembro deste ano, março e junho de 2026.

A chegada do Trastuzumabe Entansina coincide com o Outubro Rosa, mês de prevenção ao câncer de mama. O medicamento é direcionado ao tratamento do câncer de mama HER2-positivo, uma forma agressiva da doença que acelera o crescimento das células tumorais.

A remessa nacional incluiu 11.978 unidades (6.206 de 100 mg e 5.772 de 160 mg), desembarcando em Guarulhos (SP) no dia 13 de outubro. Deste total, 156 frascos foram destinados a Mato Grosso, sendo distribuídos pela Secretaria de Estado de Saúde conforme protocolos clínicos vigentes.

Segundo José Barreto, diretor do Departamento de Atenção ao Câncer do Ministério da Saúde, a chegada do medicamento representa um grande avanço: “É uma medicação muito aguardada, capaz de reduzir em até 50% a mortalidade entre pacientes com câncer de mama HER2-positivo. Trata-se de uma vitória para a saúde pública e para a população brasileira.”

O investimento total do Ministério da Saúde é de R$ 159,3 milhões para 34,4 mil frascos-ampola, com negociação cerca de 50% abaixo do preço de mercado, gerando economia estimada em R$ 165,8 milhões e ampliando o acesso à terapia pelo SUS.

Sobre o tratamento

O Trastuzumabe Entansina é indicado para mulheres com sinais persistentes da doença após quimioterapia inicial, geralmente em casos de câncer de mama HER2-positivo em estágio III. A inclusão da medicação no SUS amplia as opções terapêuticas e oferece melhores perspectivas de controle da doença e qualidade de vida.

Além dele, o Ministério da Saúde também amplia o acesso aos inibidores de ciclinas — abemaciclibe, palbociclibe e ribociclibe — para tratamento de câncer de mama avançado ou metastático com receptor hormonal positivo e HER2-negativo. A portaria que permite a compra descentralizada desses medicamentos será publicada ainda este mês, facilitando a aquisição direta por estados e municípios com financiamento federal.

Ampliação do diagnóstico precoce

O Ministério da Saúde também revisou a faixa etária para realização de mamografias pelo SUS, agora disponível a partir dos 40 anos, mesmo sem sintomas de câncer. A medida fortalece o diagnóstico precoce e amplia o acesso aos exames, especialmente para mulheres que enfrentavam barreiras no sistema público. Em 2024, as mulheres com menos de 50 anos representaram 30% das mamografias realizadas, ultrapassando 1 milhão de exames.

Iniciativa “Agora Tem Especialistas”

Paralelamente, o programa “Agora Tem Especialistas” iniciou este mês o atendimento em 28 carretas distribuídas em 20 estados, levando serviços especializados a regiões com carência assistencial. A iniciativa tem foco na prevenção e no diagnóstico precoce de câncer de mama e de colo do útero, reduzindo o tempo de espera e ampliando o acesso à saúde da mulher.