Angelo Varela / ALMT
A Assembleia Legislativa de Mato Grosso instalou, nesta terça-feira (02.09), a Comissão Especial que vai debater os rumos da distribuição de energia no estado. O deputado estadual Chico Guarnieri (PRD) é um dos integrantes do grupo, que terá a missão de avaliar o contrato de concessão da Energisa, prestes a entrar em fase decisiva, já que vence em dezembro de 2027.
Durante a primeira reunião, em Cuiabá, parlamentares e representantes do setor apontaram os principais problemas enfrentados pela população, como falhas na manutenção das redes, custos elevados e a necessidade de maior transparência nos investimentos realizados pela concessionária. Segundo Guarnieri, a empresa obtém lucros expressivos, mas precisa dialogar com a sociedade e com a Assembleia para que os recursos sejam aplicados em áreas prioritárias.
Ele citou como exemplo a estimativa de R$ 3,3 milhões para a reativação de um curtume em Barra do Bugres, valor considerado muito acima do praticado por empresas particulares. O parlamentar também criticou a instalação de postes em locais inadequados, como ocorreu na rodovia MT-247 (Marcelo Sansão), em obras de pavimentação, o que pode gerar retrabalho e mais gastos no futuro.
“Os planos de investimento precisam considerar as demandas da população e não apenas os interesses da concessionária. Do contrário, quem paga a conta é sempre o consumidor”, afirmou.
Além de Chico Guarnieri, a comissão conta com a presidência do deputado Max Russi (PSB), a vice-presidência de Wilson Santos (PSB) e a relatoria de Eduardo Botelho (União Brasil). Também integram o grupo os parlamentares Faissal Calil (Cidadania), Júlio Campos (União Brasil) e Valdir Barranco (PT), além de representantes da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM) e do setor jurídico da entidade.
Como próximos passos, a deputada Janaina Riva (MDB) deve agendar reuniões em Brasília com o Ministério de Minas e Energia (MME) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ainda neste mês. Os parlamentares também estudam levar o debate ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
A comissão avaliará três alternativas: renovação da concessão, abertura de nova licitação ou até mesmo a possibilidade de reestatização do serviço em Mato Grosso.