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A crise política entre os Poderes em Mato Grosso ganhou novo fôlego nesta sexta-feira (2), após o secretário-chefe da Casa Civil, Fábio Garcia, usar as redes sociais para rebater acusações feitas pela deputada estadual Janaina Riva (MDB). A parlamentar havia afirmado, na última quarta-feira (30), que o secretário teria dito que não pagaria emendas impositivas — o que gerou forte repercussão na Assembleia Legislativa.
Fábio Garcia, que vinha evitando declarações públicas sobre o assunto, escolheu seu perfil oficial no Instagram para responder às críticas. Na publicação, ele acusa Janaina de distorcer os fatos e se vitimizar politicamente.
“Hoje fui alvo de um ataque desleal por parte da deputada Janaina Riva, com base numa mentira de que eu teria dito que não pagaria as emendas. Claramente, ela tenta se colocar como vítima”, afirmou.
O secretário ressaltou que o pagamento das emendas parlamentares é uma exigência legal e que o Executivo vem cumprindo a obrigação nos últimos anos. "Não é a senhora que vai me obrigar a pagar suas emendas. A lei já obriga o Governo a fazer isso. E elas continuarão sendo pagas, como sempre foram", pontuou.
Garcia também foi enfático ao afirmar que o cronograma para a liberação dos recursos será definido exclusivamente pelo Executivo estadual:
“O calendário será definido pelo Governo. A senhora faz o seu trabalho na Assembleia, e eu farei o meu aqui no Palácio Paiaguás.”
Em sua resposta, o secretário negou qualquer perseguição à deputada e atribuiu o episódio a divergências políticas. “Não se trata de medo ou vingança, mas de uma posição política legítima”, completou.
Após a fala da parlamentar, a sessão ordinária da Assembleia Legislativa, realizada na quarta-feira, foi marcada por embates entre deputados, paralisações e ausência de votações significativas. A instabilidade resultou no encerramento antecipado da sessão por falta de quórum e pedidos de vistas.
Nos bastidores, parlamentares se mobilizaram para tentar conter os danos da crise, que pode comprometer a tramitação de pautas importantes. Uma das maiores preocupações é o impacto na relação institucional, que recentemente permitiu a aprovação acelerada do projeto que autoriza o Hospital Albert Einstein a assumir a gestão do Hospital Central de Mato Grosso, a partir do segundo semestre deste ano.
Ainda não há sinais claros de retomada do diálogo entre os Poderes, e a expectativa é que os próximos dias sejam decisivos para definir os rumos dessa crise política que já afeta o andamento legislativo no Estado.