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"Podem me prender, não vou sair do Brasil", diz Bolsonaro ao falar sobre investigações


Bolsonaro enfrenta acusações graves, como liderar organização criminosa, tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito, incitação ao golpe de Estado, além de crimes contra o patrimônio público.

Divulgação

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta sexta-feira (16) que não pretende deixar o país, mesmo diante da possibilidade de ser condenado por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. Durante entrevista ao canal AuriVerde Brasil, ele ironizou as acusações e disse estar preparado para ser preso.

"Podem me prender. Estou com quase 70 anos, já quase morri em cirurgia. Se for para morrer na cadeia, tudo bem. Vão me condenar por um 'golpe da Disney', com o Pateta e a Minnie?", declarou, referindo-se de forma sarcástica à investigação sobre sua suposta participação em uma conspiração golpista em 2022, quando ele estava em viagem aos Estados Unidos.

Bolsonaro enfrenta acusações graves, como liderar organização criminosa, tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito, incitação ao golpe de Estado, além de crimes contra o patrimônio público. Caso seja condenado por todos os crimes listados pela Procuradoria-Geral da República, a pena pode ultrapassar os 40 anos de prisão.

Durante a entrevista, o ex-presidente afirmou mais uma vez que é vítima de perseguição política. Segundo ele, o "sistema" estaria tentando impedir que volte a ser uma opção eleitoral em 2026. Bolsonaro também citou o julgamento da deputada Carla Zambelli e o inquérito contra o delegado Alexandre Ramagem como exemplos do que considera "ativismo judicial".

"Não sei até quando vou resistir", desabafou. Ele afirmou ainda que tem se sentido cada vez mais pressionado pelas investigações e decisões judiciais recentes.

Além do caso da tentativa de golpe, Bolsonaro criticou os sindicatos, que segundo ele foram beneficiados com fraudes no INSS, e mencionou o irmão do presidente Lula como liderança sindical — embora tenha dito que não estava fazendo acusações diretas.

A defesa do ex-presidente tem insistido em argumentos que descartam sua participação ativa nos atos antidemocráticos de janeiro de 2023, destacando sua ausência do país naquele período. A estratégia inclui também apoio à anistia de envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília.

O caso segue sob análise da Justiça e deve ter novos desdobramentos nas próximas semanas.

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