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São José dos Quatro Marcos (MT) – Em tempos de crescente insegurança e aumento de circulação de pessoas vindas de fora do município, a ausência de uniformes padronizados para agentes de saúde e de combate às endemias tem gerado preocupação em São José dos Quatro Marcos. A denúncia partiu do vereador Moacir Batista Pugger (MDB), autor da Indicação nº 017/2025, apresentada durante sessão na Câmara Municipal.
A proposta cobra da Prefeitura Municipal e da Secretaria de Saúde a urgente padronização e distribuição de uniformes completos para os agentes, visando garantir a segurança dos trabalhadores e da população, além de resgatar a credibilidade das ações de saúde pública.
"Já tivemos situações em que os moradores não permitiram a entrada de agentes em suas casas porque eles estavam vestidos como qualquer cidadão comum, sem qualquer tipo de identificação. Isso é extremamente perigoso", declarou o vereador. Segundo ele, há relatos de falsos profissionais tentando se passar por servidores públicos – um risco real, especialmente diante da presença crescente de pessoas atraídas pela atividade mineradora na região.
A proposta vai além da simples entrega de camisetas: Moacir detalha um kit completo, incluindo camisa com proteção UV, calça de tecido resistente, calçado antiderrapante, boné ou chapéu com proteção solar, colete com bolsos e identificação, capa de chuva, crachá e equipamentos de proteção individual (EPIs), como exige a legislação trabalhista.
Durante o debate, o vereador Luciano Cristóvão (PSB), o Seo Polícia, reforçou a gravidade do problema. Para ele, a falta de uniformes não é apenas uma falha administrativa, mas uma porta aberta para a ação de criminosos. “Permitir a entrada de desconhecidos em casa sem qualquer identificação é um risco enorme. Precisamos agir antes que algo grave aconteça. Depois que o crime acontece, é tarde demais”, alertou.
A indicação foi aprovada por unanimidade, evidenciando o consenso entre os parlamentares quanto à urgência da medida. No entanto, permanece a expectativa de que a Prefeitura transforme a proposta em ação concreta — o que, até o momento, não tem sido uma constante.
A ausência de uma política consistente de apoio aos profissionais da saúde em campo levanta questionamentos sobre o comprometimento da gestão municipal com a segurança nas residências, a prevenção de doenças e o respeito ao servidor público. Em um cenário onde a saúde preventiva deveria ser prioridade, a falta de algo tão básico quanto um uniforme adequado soa como um descaso.
Cabe agora ao Executivo responder se continuará ignorando os riscos ou se finalmente tomará uma atitude em favor dos agentes de endemias e da população quatro-marquense.