Por Luiz Carlos Bordin
JL Siqueira/AL-MT
Mato Grosso continuará com a atual representação de oito deputados federais e 24 deputados estaduais nas eleições de 2026. A decisão decorre do entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) de que a redistribuição de cadeiras no Congresso, seja pelo censo populacional do IBGE ou pelo aumento aprovado na Câmara, só passará a valer em 2030.
O presidente da Assembleia Legislativa, Max Russi (PSB), avalia que a decisão traz prejuízos para o estado. Segundo ele, se houvesse a redistribuição já em 2026, Mato Grosso poderia conquistar uma cadeira a mais na Câmara dos Deputados e três na ALMT. “Era fundamental aumentar nossa representação. Teríamos mais votos em Brasília para defender o estado, trazer recursos e participar das grandes discussões nacionais. Agora, Mato Grosso perde espaço político”, disse.
Russi ainda destacou que a manutenção do número atual de cadeiras altera as estratégias partidárias para a próxima eleição. “Uma chapa que poderia lançar 11 candidatos a federal terá de reduzir para 9, o que muda completamente o cálculo político”, acrescentou.
O deputado estadual Eduardo Botelho (União) também criticou a decisão do STF, classificando-a como “péssima”. Para ele, Mato Grosso, que já tem população suficiente para ampliar sua representatividade, fica novamente prejudicado. “Perdemos emendas parlamentares, perdemos voz e continuamos com apenas oito deputados federais, quando já deveríamos ter mais”, afirmou.
O impacto também alcança a própria estrutura da Assembleia Legislativa. A reforma do prédio previa a criação de novos gabinetes e um auditório para comissões. Com a decisão, apenas o auditório será construído, já que não haverá ampliação no número de parlamentares.
A Câmara Federal havia aprovado a ampliação de 513 para 531 deputados, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vetou a proposta. Caso o veto tivesse sido derrubado até 1º de outubro, Mato Grosso passaria a contar com 10 deputados federais e 30 estaduais. Como a decisão do STF atendeu pedido do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), o quadro permanece inalterado para 2026.