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Prefeito de Quatro Marcos rebate críticas à grade de shows com ataques: “Não gostou, fica em casa”


A divulgação da grade de shows do aniversário de São José dos Quatro Marcos, nesta terça-feira (27), gerou forte repercussão negativa nas redes sociais. Em vez de dialogar com as críticas, o prefeito Jamis Silva Bolandim reagiu com declarações agressivas, dizendo que “quem não gostou, que fique em casa”, o que aumentou ainda mais a insatisfação popular.

Por Luiz Carlos Bordin

Prefeito de Quatro Marcos rebate críticas à grade de shows com ataques: “Não gostou, fica em casa”

Reprodução

São José dos Quatro Marcos (MT) — O município se prepara para comemorar seus 58 anos de emancipação político-administrativa com uma extensa programação cultural, artística e religiosa entre os dias 12 e 15 de junho, na Praça da Matriz. A programação foi divulgada nesta terça-feira (27).

A festa começa na quarta-feira (12) com o projeto Praça Viva e show da Banda Tropicalia. Na quinta-feira (13), a animação ficará por conta da dupla Renan & Ray e Gilson Mark & Juliano. O sábado (14) promete ser um dos dias mais movimentados, com shows da cantora gospel Adriana Arydes e da banda Erre Som. Já no domingo (15), a programação religiosa continua com a apresentação da cantora Damares, além do DJ Roberto Ferrari, que agita o público nos intervalos dos dias 12, 13 e 14.

Além dos shows, a programação conta com um desfile cívico no dia 14 de junho, às 16h30, reunindo escolas, entidades e grupos culturais. O tradicional corte do bolo de 58 metros será realizado no dia 15 de junho, às 19h, simbolizando o aniversário da cidade.

A divulgação da grade de programação desencadeou uma onda de críticas nas redes sociais. Longe de ouvir as insatisfações da população, o prefeito Jamis Silva Bolandim respondeu com ironias e ataques diretos aos cidadãos que ousaram questionar as atrações do evento.

A frase "Quer show de 500 mil, 1 milhão? É só pagar pra prefeitura", atribuída ao prefeito em grupos de WhatsApp, foi só o começo. Diante das reclamações sobre a qualidade dos shows, ele também disparou: "Não gostou da programação? Fica em casa. Gente, não tá bom? Fica em casa. Fácil assim."

A resposta atravessou a linha da democracia e do respeito ao contraditório, acirrando ainda mais os ânimos. Em vez de diálogo, o que se viu foi grosseria e desprezo pela opinião pública, algo que tem se tornado rotina no comportamento do gestor municipal, segundo apontam diversos internautas.

Críticas além do gosto musical

Os protestos populares não são meramente uma questão de preferência musical. Comerciantes e moradores afirmam que a programação fraca compromete o movimento esperado na cidade e prejudica setores econômicos locais. “Não é problema de quem gostou ou não gostou, é questão de crise no comércio com grade ruim de evento”, destacou um morador em um grupo da cidade.

Outros comentários nas redes lembram que, antes das eleições, o prefeito prometia o “maior show da história”, com atrações de renome nacional chegando “de jatinho” à cidade. Agora, a realidade é bem diferente, e a cobrança por coerência veio com força.

Estrutura precária e promessas não cumpridas

As críticas também envolvem o contraste entre a realização da festa e a situação da cidade. Ruas esburacadas, quebra-molas mal feitos e problemas na saúde pública foram lembrados por moradores inconformados com o investimento em festas em meio a um cenário de carências básicas. “Vai fazer festa e tá faltando dinheiro pra saúde”, disse um internauta. “Cada ano tá pior. Os municípios vizinhos trazendo artistas de renome, e aqui nada”, comentou outro.

Muitos ainda apontaram que o comportamento do prefeito mudou após a reeleição: “Ganhou a reeleição, agora não vai mais se candidatar daqui a 4 anos. O prefeito de vocês tá nem aí pra população.”

Distância do povo

Para muitos, a educação e empatia do prefeito só aparecem em tempos de campanha. Quando a população exige mais respeito e responsabilidade com os recursos públicos, a resposta tem sido o ataque.

A festa, marcada para acontecer entre os dias 12 e 15 de junho, na Praça da Matriz, será gratuita. Mas, para parte da população, o preço da falta de respeito e da má gestão tem sido alto demais.